novembro 30, 2006

O Miguel e o Juda lançaram-me o desafio das 5 manias:

"Cada blogger participante tem de enunciar cinco manias suas, hábitos muito pessoais que os diferenciem do comum dos mortais. E além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher cinco outros bloggers para entrarem, igualmente, no jogo. Cada participante deve reproduzir este "regulamento" no seu blogue."

É engraçado e dá-me para escrever aqui qualquer coisa, já que ando desinspirada. Ora cá vai:

1 - Cheiro todos os livros antes de os ler. Cada um tem um cheiro único e adoro o cheiro de livros novos, virgens, intocados.

2 - Sou incapaz de escrever com a tampa da caneta ou esferográfica colocada no cimo. Desequilibra-me a escrita e se, a maior parte das vezes nem eu percebo o que escrevo, com a tampita lá havia de ser lindo.

3 - Não sou capaz de sair de casa sem em ver ao espelho. ( Sim, eu sei... eu e 99% das mulheres, mas eu sou das que confessam). :-)

4- Sou paranóica da pontualidade e não consigo mostrar boa cara a quem se atrasa.

5 - Assim que saio de um transporte público tenho que lavar as mãos.

E pronto... estas são as 5 manias confessáveis.

Mas que se lixem os regulamentos: não passo o teste a ninguém. São todos livres de o fazer. E gostava que pusessem ali em baixo nos comentários as vossas 5 manias.

Beijos a quem é de beijos, abraços a quem é de abraços.

novembro 23, 2006

Olha a chave minúscula, de aspecto frágil. Aperta-a na mão, tentado que aquilo que ela encerra não se evada, não se esfume em memórias.
Um dia há muito, muito tempo, quando aquela chave era nova, o céu era azul e as pessoas sorriam.
Hoje está ferrugenta, gasta. Torna a olhá-la.
Dá-lhe uma, duas voltas.
E deita-a fora.

novembro 09, 2006


Não me arrefece, o banho de água tépida.
Pequenas gotículas de água cobrem o meu corpo integralmente quando me olhas.
Deixo que o teu sopro me arrepie a pele quando, lento, aproximas os teus lábios dos meus.
Unimos bocas, línguas, corpos. Trocamos fluidos entre espasmos de prazer.
Não enxugo, nunca.
Volto a estar coberta de gotas. De suor, desta vez.
Adormecemos colados, exaustos, saciados.
Até uma próxima vez...

novembro 07, 2006


É à noite que mais custa.
O meter a chave à porta e sentir a casa fria, vazia. Ouvir os passos a ecoar no chão enquanto acende as luzes dos quartos para fechar janelas que manteve abertas numa ilusão de presenças fingidas.
O silêncio é opressor, axfixiante, algo que o som de fundo da televisão não substitui.
Percorre as divisões, uma a uma, em busca não sabe bem de quê.
Sabe que está só. Que estará só.
No quarto, a cama desfeita, não por quentes momentos mas apenas porque não tivera tempo de a fazer de manhã.
Deita-se ainda semi vestida, exausta.
Por uma pequena fresta da janela mal fechada, a luz do luar banha-lhe os pés e adormece enquanto brinca com a luminosidade.
Não se apercebe que a luz sobe e a envolve plenamente num jogo de sedução.
Sorri enquanto dorme e de manhã não se lembrará de nada, porque a lua já terá partido há muito.
Talvez um dia acorde durante a noite e a lua lhe estenda a mão...