agosto 15, 2006




Despoja-se de roupas, pertences e haveres e mostra-se apenas como é. Inteira, revela o que lhe vai na alma sem subterfúgios ou mentiras.
Quem passa ri-se, apenas vê uma Mulher nua na beira da estrada.
Oferecem-lhe esmola, tomam-na por pedinte e recuam perante a altivez do seu olhar. Estava ali para dar, não para receber. Para se dar.
Esconde o rosto, por vergonha, e tenta camuflar-se por detrás de um ramo de jarros brancos.
Nunca mais se dará...

3 Comentários:

Blogger carteiro disse...

Muitos olham um rosto como se este revelasse o quanto uma pessoa é. Será por isso que somos levados às vezes a esconde-lo?
Tantas sao as maneiras de revelar uma alma...
Gostei muito (outra vez, nao é?) do texto.

P.S. Sim, estou, de momento, na Holanda, em férias que sao trabalho :) Disse isso por aqui:
http://selosdifusos.blogspot.com/2006/07/novos-ares.html
Nao me importaria tambem de viver aqui, de certo modo por ser uma país com uma organzizacao diferente e eficaz. Tambem tem os seus lados menos bons, mas que sitio nao os tem? Mas mesmo assim, as saudades que ja tenho daí sobrepoem-se.
**

6:51 da tarde  
Blogger Paulo Cunha Porto disse...

Querida Ana:
E, no fim de contas, ambas as atitudes a dos enganados passantes e a Dela, mostram incapacidade de receber o que foi dado. Mas claro que no pronome reflexo que traduz a aplicação do "eu" reside toda a diferença, a da integralidade, contraposta ao acessório.
Beijinho.

8:44 da tarde  
Blogger Ana disse...

Quantas vezes a expressão facial nos trai, postman :-)
Não tenhas saudades daqui... acho que este país não as merece.

Paulo, na minha interpretação ela não pede nada... apenas se oferece.
Beijos

9:09 da tarde  

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial