setembro 17, 2006

Até sempre.

Olha em redor pela última vez. Evita os olhares de quem, como ela, está triste pela partida, olhares esses marejados com lágrimas de saudades antecipadas.
As paredes, os cheiros, as mobílias, ganham novas cores na hora da despedida. Há anos que passa por elas, indiferente no seu quotidiano. Repara numa mancha no tecto que nunca tinha visto, um pequeno defeito naquela porta... tudo é visto numa perspectiva diferente naqueles últimos minutos. Não vale a pena falar daquilo, aliás, não consegue falar, de todo.
A próxima vez que ali entrar já não será " da casa" e sentir-se-à como uma estranha, desambientada.
Nunca gostou de despedidas e quer fazer isto de forma rápida.
Uns beijos e umas palavras murmuradas ao ouvido de cada um e vê-se a descer aquelas escadas mais uma vez. Pela última vez.
E entra no carro a chorar.

5 Comentários:

Blogger Diafragma disse...

Muito familiar, o que tu descreves.
Incluindo ficar depois a olhar para as fotografias...

7:19 da tarde  
Blogger  disse...

Fez-me recordar quando tive que deixar a casa onde praticamente nasci e vivi 20 anos :(
Um beijo Ana

9:26 da tarde  
Blogger Penumbra disse...

Tão familiar essa descrição...
Um beijo

11:40 da tarde  
Blogger José Pedro Viegas disse...

Ficarás com os cheiros, as imagens, os momentos e as pessoas.
O bom e o mau.
E alguns gestos, tocantes, cativantes, que em todos estes anos te rodearam. Afectos.
Guarda no album das tuas gratas recordações e os afectos num cantinho do coração.
E quando mais precisares, vai lá. Abre uma portinha e deixa sair um bocadinho dessas ternuras que te farão sorrir.

12:49 da manhã  
Blogger rui-son disse...

Também preciso dum albúm de recordações.

As memórias estão no coração, as lágrimas no canto do olho. E as tuas palavras, também elas, muito próximas do meu coração. Sinto-as...

3:39 da manhã  

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