novembro 18, 2004

Passagens e paixões

_ Ó Ana...
_ Diz.
_ Posso fazer-te uma pergunta pessoal?
_ Podes, desde que eu me possa reservar o direito a não responder. Dispara...
_ Tu já alguma vez viveste uma paixão continuada?
_ Não percebo. Continuada como?
_ Assim do tipo perceberes que estás apaixonada e poderes estar com essa pessoa todos os dias, de forma a que essa paixão possa crescer de forma equilibrada?
_ Mas que raio de pergunta... Porque te veio isso agora à cabeça?
_ É que acabei de perceber que isso nunca aconteceu comigo. Ao fim destes anos, todas as relações sérias que tive foram vividas à distância. Aquele momento de fascínio em que apetece estar todos os dias, todos os momentos ao pé da outra pessoa ficou reduzido a encontros de fim-de-semana em que se tentava recuperar o tempo perdido, viver de forma intensa todos os momentos bons.
_ E isso é mau?
_ É, na medida em que não se tem uma relação afectiva e emocional de forma continuada. E depois, ou não se passa sequer à fase seguinte por não se aguentar a saudade e acaba por surgir o cansaço ou, quando se passa a uma relação mais estável, percebe-se que não se conhece verdadeiramente a pessoa e as coisas acabam dolorosamente. Deve ser por isso que ainda estou sozinha até hoje...

Memo pessoal: Pensar bem nisto...

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