agosto 30, 2005


Poema das coisas belas

As coisas belas,
as que deixam cicatrizes na memória dos homens,
por que motivo serão belas?
E belas, para quê?

Põe-se o sol porque o seu movimento é relativo.
Derrama cores porque os meus olhos vêem.
Mas por que será belo o pôr do Sol?
E belo, para quê?

Se acaso as coisas não são coisas em si mesmas,
mas só são coisas quando coisas percebidas,
por que direi das coisas que são belas?
E belas, para quê?

Se acaso as coisas forem coisas em si mesmas
sem precisarem de ser coisas percebidas,
para quem serão belas essas coisas?
E belas, para quê?

António Gedeão, Poemas póstumos (1987)

1 Comentários:

Blogger Ana disse...

Ena, ena, comentadora nova!
E quem é a menina, que tantos blogs de gente conhecida tem linkados no seu?

Bem-vinda :-)

11:20 da tarde  

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