Consome-me por dentro um fogo imenso, que me deixa sem forças sequer para sentir o gelo dos teus dedos quando percorrem o meu corpo. O calor que de mim irradia destrói tudo por onde passo, deixando para trás apenas um rasto de memórias, também elas negras apenas com alguns laivos de azul. Derretes à minha frente, frágil, volátil, enquanto eu estendo as mãos numa vã tentativa para te salvar e me deixo envolver no meu próprio fogo, não restando mais que um simples monte de cinzas fumegantes que arrefecem lentamente.
Não te farei mais mal. Não me servirei da força do fogo para entrar em ti. Serei apenas uma neblina que te abraçará enquanto precisares, um degrau para que possas subir mais alto. E depois, lentamente, elevar-me-ei para te deixar seguir sozinho.
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