Quando eu morrer, não me fechem com os braços cruzados no peito numa caixa de madeira com rendas e folhos, em traje de gala e sapatos de salto alto .
Não me deitem cal por cima, não me enterrem num solo cheio de vermes que me possam corroer as memórias que quero levar comigo. Não me deixem a apodrecer lentamente debaixo do chão, a desmembrar-me aos poucos até a terra me absorver por completo e passar a fazer parte do mundo dos Esquecidos.
Não me deitem cal por cima, não me enterrem num solo cheio de vermes que me possam corroer as memórias que quero levar comigo. Não me deixem a apodrecer lentamente debaixo do chão, a desmembrar-me aos poucos até a terra me absorver por completo e passar a fazer parte do mundo dos Esquecidos.
Reduzam-me antes a cinzas e façam-me voar nas asas do vento, em partículas quase invisíveis que abracem intemporalmente aqueles que amo de forma a que percebam que os levo comigo para onde quer que vá. Deixem-me ser o Pó das emoções que ficaram por viver, de tudo o que não tive coragem de fazer, das palavras que não consegui proferir. Não perpetuem os erros de quem parte porque quer.
1 Comentários:
Obrigada, segredos. Também gostei do teu :-)
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