julho 27, 2005



Sufoco.
Entre estas quatro paredes que teimam em se fechar, mais e mais, deixando-me sem ar. Esta casa vazia, com completa ausência de sons, de emoções, de vivências.
Saio para a rua.
Em vão.
A atmosfera, carregada de electricidade, deixa no ar faíscas que me incendeiam por dentro.
Corro.
Não sei para onde, porque não tenho destino marcado. Ou teremos sempre um destino traçado?
Passo por quem me conhece desde sempre, por quem cumprimento diariamente sem falar, desta vez.
Ser conhecida arrepia-me, agora. Quero anonimato, perder-me no meio de uma multidão que passa, indiferente, às minhas lágrimas. Quero conhecer a sensação de andar na rua sem ser apontada, comparada, analisada.
Quero começar tudo de novo... Dizem que, quando se fazem quarenta anos, se viveu metade da vida.
Mentira!
Posso morrer amanhã, agora, aqui...
Mas, pensar que gastei metade da minha existência, faz-me olhar para trás e não gostar do que vejo.
E quero, antes de morrer, aproveitar para renascer.
Por isso, vou pegar nas minhas duas asas, sem as quais não sobrevivo e vou partir para o desconhecido, saltar no escuro e esperar conseguir voar...

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