janeiro 04, 2006

Memórias subterrâneas

A semana passada andei de metro.
Coisa que não acontece muitas vezes, confesso. Sou um pouco avessa a transportes públicos.
Tarde, depois de jantar, as carruagens quase vazias, dei comigo a percorrer memórias de há muitos anos, acontecimentos que eram reavivados dentro de mim apenas pela visualização do nome da estação.
Picoas é uma das minhas favoritas: lembro-me de ir, no Natal, ao Imaviz com os meus pais e o meu irmão fazer compras. O cheiro daquele centro comercial e a cor da alcatifa estão tão presentes em mim como se a visita tivesse sido ontem; o Pai Natal deu um balão ao meu irmão que, heroicamente, o segurou num metro apinhado de gente, pequenito no meio da multidão, para depois o deixar fugir assim que chegámos a céu aberto.
Lembro-me de Alvalade também por causa do centro comercial, de ir à Sempre Em Festa comprar coisas que não se viam em mais lado nenhum.
O Rossio é, na minha memória, uma multidão de gente que entrava e saía das lojas desordenadamente.
Sete Rios é o zoo, Palhavã é o IPO e as muitas aulas que lá tive.
O Campo Pequeno era sempre feito a passo de corrida, atrasada para o Curry Cabral onde uma monitora de estágio não perdoava que se adormecesse por causa de uma noitada.

Cada estação tem uma memória própria, uma história para contar. Milhões delas , de pessoas que ali passam todos os dias, indiferentes. Sem se aperceberem que parte da sua história fica escrita naquelas paredes.

1 Comentários:

Blogger CRISTIANA disse...

SINTO O MESMO...
10 ANOS DEPOIS DE NUNCA MAIS LA TER POSTO OS OLHOS E MUITO MENOS OS PES...:)E TAO BOM RECORDAR...

BEIJOS CRIS

8:52 da tarde  

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