Mano a mano V
Fazes 39 anos hoje.
Se cá estivesses, iria jantar a tua casa.
Brincaria contigo acerca da proximidade dos 40 e tu rir-te-ias e depois chamavas-me cota.
Os teus filhos andariam a brincar pela casa com os primos e os filhos dos teus (nossos amigos), porque tu soubeste preservar as amizades da nossa infância. Melhor do que eu, confesso. A tua mulher andaria perdida na cozinha, como de costume e tu irias lá algumas vezes ralhar com ela e chamá-la para a sala, ao que ela responderia um "já vou", só para te calar.
E, no final da noite, soprarias as velas porque os miúdos assim o exigiriam e todos cantaríamos os parabéns para depois, um a um, eles também soprarem as tuas velas.
Mas a tua vela apagou-se o ano passado e agora já não há mais festas neste dia, apenas lágrimas nos olhos e tristeza estampada no rosto de todos.
E missa.
A missa que elas insistem em mandar dizer como se isso adiantasse algo. Deixá-las, se isso as ajuda. Na missa também há velas e são elas que assinalam os aniversários de quem morre.
Não vou lá estar, logo, nessa tua festa. Sei que me percebes e sabes porquê. O que vou fazer durante esta tarde pode ser um passo para o início de uma nova vida e, quem sabe, o ser justamente no dia dos teus anos pode ser um presságio bom. Se cá estivesses torcerias por mim. E continuas a torcer.
Parabéns, meu querido.
Mil beijos.
Se cá estivesses, iria jantar a tua casa.
Brincaria contigo acerca da proximidade dos 40 e tu rir-te-ias e depois chamavas-me cota.
Os teus filhos andariam a brincar pela casa com os primos e os filhos dos teus (nossos amigos), porque tu soubeste preservar as amizades da nossa infância. Melhor do que eu, confesso. A tua mulher andaria perdida na cozinha, como de costume e tu irias lá algumas vezes ralhar com ela e chamá-la para a sala, ao que ela responderia um "já vou", só para te calar.
E, no final da noite, soprarias as velas porque os miúdos assim o exigiriam e todos cantaríamos os parabéns para depois, um a um, eles também soprarem as tuas velas.
Mas a tua vela apagou-se o ano passado e agora já não há mais festas neste dia, apenas lágrimas nos olhos e tristeza estampada no rosto de todos.
E missa.
A missa que elas insistem em mandar dizer como se isso adiantasse algo. Deixá-las, se isso as ajuda. Na missa também há velas e são elas que assinalam os aniversários de quem morre.
Não vou lá estar, logo, nessa tua festa. Sei que me percebes e sabes porquê. O que vou fazer durante esta tarde pode ser um passo para o início de uma nova vida e, quem sabe, o ser justamente no dia dos teus anos pode ser um presságio bom. Se cá estivesses torcerias por mim. E continuas a torcer.
Parabéns, meu querido.
Mil beijos.
4 Comentários:
Um abracinho muito apertado. E que te corra bem o que pensas iniciar.
Beijos, querida :)
faz a tua festa e a tua homenagem. porque merece!
e boa sorte para a tarde de hoje
bigada, boleia :)
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