Acordou cedo. Vestiu as mesmas roupas de sempre, escuras como o seu interior.
Pegou no saco, já preparado de véspera e, aos primeiros raios de sol, saiu para a rua. Tinha destino marcado, sabia exactamente para onde se dirigir.
Descalça, foi-lhe difícil percorrer o caminho campestre, sinuoso, mas seguiu decidida o seu caminho. Tinha que o fazer...
Finalmente, chegou à beira do precipício, que parecia que a esperava. O sol, acabado de nascer, seria a sua testemunha.
Despiu-se lentamente, tirando as roupas uma a uma e atirando-as no abismo; ficou totalmente nua e as roupas atiradas, mais leves do que o vento, dançavam à sua frente num desafio assustador.
Riu, riu como uma louca!
Aproximou-se da beira e gritou, o mais alto que pode:
_ Bom dia, Vida!!!
As vestes negras agitavam-se cada vez mais, memória atiradas do passado até que, vencidas, caíram bem lá no fundo.
Do saco, tirou as roupas novas, de cores vivas, compradas na véspera.
Vestiu-se cuidadosamente e fez o caminho de volta, com um sorriso nos lábios; deu os bons dias a todos, os conhecidos e os desconhecidos que, à sua passagem, respondiam timidamente.
Enfrentou o dia como nunca o tinha feito e, a partir daí, nunca mais vestiu de preto.
Pegou no saco, já preparado de véspera e, aos primeiros raios de sol, saiu para a rua. Tinha destino marcado, sabia exactamente para onde se dirigir.
Descalça, foi-lhe difícil percorrer o caminho campestre, sinuoso, mas seguiu decidida o seu caminho. Tinha que o fazer...
Finalmente, chegou à beira do precipício, que parecia que a esperava. O sol, acabado de nascer, seria a sua testemunha.
Despiu-se lentamente, tirando as roupas uma a uma e atirando-as no abismo; ficou totalmente nua e as roupas atiradas, mais leves do que o vento, dançavam à sua frente num desafio assustador.
Riu, riu como uma louca!
Aproximou-se da beira e gritou, o mais alto que pode:
_ Bom dia, Vida!!!
As vestes negras agitavam-se cada vez mais, memória atiradas do passado até que, vencidas, caíram bem lá no fundo.
Do saco, tirou as roupas novas, de cores vivas, compradas na véspera.
Vestiu-se cuidadosamente e fez o caminho de volta, com um sorriso nos lábios; deu os bons dias a todos, os conhecidos e os desconhecidos que, à sua passagem, respondiam timidamente.
Enfrentou o dia como nunca o tinha feito e, a partir daí, nunca mais vestiu de preto.
11 Comentários:
Olá Ana!
Gostei muito da maneira que começaste e como de repente inverteste a situação!
O memso deviamos fazer com a tristeza.
Beijinhos
A ideia é mesmo essa, Sandra :-)
Mas nem todos têm essa coragem! Sim, é preciso coragem para mudar, para querer mudar!
Se dantes vestia roupas escuras como o seu interior, esperemos que agora ao vestir roupas de cores vivas, alegres o seu interior seja também assim... Porque há mudanças que nunca são completas, mas isso já é outra história e eu sei que, neste texto, escrito por quem o escreveu, a personagem sente-se livre e com vontade de aprender a ser feliz... as roupas são apenas o seu reflexo.
Beijo, Ana e parabéns pelo texto. Adorei! :-)*
Maravilhosa e cheia de esperança. Bonito, muito bonito. senti-me bem quando li. Beijos, muitos beijos.
Texto forte este teu Ana...um começo arrepiante um fim cheio de esperança...é assim que deveria fazer...ser apenas feliz..adorei...
jocas
"Vestiu as mesmas roupas de sempre, escuras como o seu interior." - EXELENTE
Madalena as mudanças nunca são completas; mas um texto curto peca, por vezes, pelo minimalismo :-)
Muitos beijos, anamoris... gosto de te ver sorrir :-)
Obrigada, mayda
amazing. " escura por fora e por dentro" :-)
Apesar de ser um texto simbólico, continuo a achar que o preto não é sinónimo de tristeza ou de ausência de vida. Não somos o que vestimos, embora seja um reflexo do nosso interior.
Mas gostei do texto. Tem um rasgo de cor.
Beijinhos
Estou com Calvin! O negro é lindo!
Eu também gosto muito de preto,mas aproveitei o simbolismo da cor.
Um dia temos de escolher entre seguir em frente com a vida ou saltar esse precípicio. Tem graça que desde há algum tempo que visto cores mais alegres... :)) Beijo! (adorei o texto!)
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial