agosto 22, 2006


Marta desceu do avião e uma aragem fria fez tremer o seu corpo franzino. Tentou, em vão, aconchegar-se no fino casaco de linha que vestia. Caminhou em pequenos passos decididos para o autocarro que a conduziria à gare e fez todo o percurso que conhecia de cor sem olhar pelas janelas.
Não passou sequer pela sala das bagagens, trazia consigo apenas uma pequena mochila.
Quando saiu, deparou-se com dezenas de pessoas que esperavam por familiares e amigos, rostos expectantes, ansiosos de rever pessoas de qem gostavam. De novo, não olhou duas vezes; sabia que ninguém a esperava.
Entrou no táxi e deu-lhe o endereço, que leu de um pedaço de papel que trazia consigo.
Tinha sido um risco, aceitar assim um emprego num país desconhecido e partir à aventura.
Quando chegou ao destino olhou a casa, atónita. E riu, num riso solto que ecoou pelas redondezas.
Bem, pensou, pelo menos nunca estaria sozinha. Os fantasmas far-lhe-iam companhia.
Arregaçou as mangas e lançou mãos à obra. Era tempo de arranjar a casa e afastar os fantasmas.

Foto de Julho 2006 ( aqui bem perto)

3 Comentários:

Blogger Caroline disse...

Passei por aqui... gostei tanto :)

podes estar certa que vou voltar!

Beijinhos de primeira visita

11:49 da manhã  
Blogger Ana disse...

Obrigada, beijinho :-)

12:24 da tarde  
Blogger Diafragma disse...

Fiquei aliviado, ao princípio deixaste-me receoso pela Marta!

ps: tens prenda belhéque... pelos meus lados... :)

9:13 da tarde  

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial