Era pesado e robusto. Pesava-lhe no colo frágil, obrigando-a a sentar. Aos poucos, receosa, começou a desfolhá-lo. Página a página, folha a folha, os dedos ágeis foram ganhando confiança enquanto as suas memórias por eles passavam, vivas. Um sorriso aberto aqui, uma pequena lágrima que teima em rolar ali, desfolhou a sua vida momento a momento. As sensações voltaram fortes, vivas, como se nunca tivessem estado adormecidas dentro de si e, quando virou a última página, uma amálgama de sentimentos ainda lhe tomava conta do peito. Voltou então a folhear o livro, desta vez no sentido inverso e mais rapidamente e, há medida que o fazia, todas as emoções voltavam então para dentro dele.
Fechou-o e acariciou-lhe a capa. Há até quem diga que lhe poisou os lábios, num leve beijo de despedida. Depositou-o cuidadosamente no seu recanto secreto.
Só depois, então, pegou num livro novo, totalmente em branco, pronto para ser preenchido...
Fechou-o e acariciou-lhe a capa. Há até quem diga que lhe poisou os lábios, num leve beijo de despedida. Depositou-o cuidadosamente no seu recanto secreto.
Só depois, então, pegou num livro novo, totalmente em branco, pronto para ser preenchido...
8 Comentários:
Uma boa altura para começar a escrever no livro novo!
Um livro em branco, uma página virada, uma etapa por cumprir.
Cumpra-se, Ana.
P.S. Blog closed, não mesmo...
;-)
Olá menina!
Gostei do post, ao teu estilo!!!
E gostei da foto nova!!!
Beijo grande!!!
tengo la sensación de que eres una maga.
Nada como um livro novo pronto a ser preenchido.
Ah, e gostei da foto.
Podes continuar a olhar o blog como o livro branco, com que sonhas.
Este texto é lindíssimo, lembra-me um pouco esta fase da minha vida em que desfolho um livro de memórias.
Dear Ana,
Did you take the photo of the nice old book? I like to use it for the new cover of my novel about Nostradamus.
See www.nostredame.info
Regards,
Eric
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