O rio corria cinzento, cor de chumbo como o céu .
Adivinhava-se uma bátega de chuva a qualquer instante que talvez diminuisse o calor sufocante que se fazia sentir. Na berma, diversas crianças brincavam sob o olhar atento dos pais que preguiçavam na areia, usufruindo daquele final de tarde de Domingo.
Errou sem destino pelas margens, deixando para trás os risos e as brincadeiras que não faziam parte do seu mundo. Descalça, deixou que os seixos redondos lhe pisassem a planta dos pés até que, cansada, se sentou na beira da água e fechou os olhos, ouvindo aqui e ali os peixes a saltar no rio.
Não a sentiu aproximar, pelo que abriu os olhos em sobressalto quando ela se sentou ao seu lado.
Mantiveram o silêncio, as palavras eram desnecessárias. Olharam o horizonte lado a lado como se de duas amigas se tratassem, apesar de desconhecidas até então. A noite aproximava-se a passos largos e, no entanto, nenhuma fez tenção de partir. Estranhamente e sem se moverem, estavam cada vez mais perto uma da outra até que, aos poucos, se foram tornando só uma. Se por algum acaso alguém passasse naquele momento, veria apenas uma mulher sentada na margem de um rio.
Quando finalmente a escuridão tomou conta do horizonte e a chuva começou a cair, uma delas perguntou:
-Como te chamas?
-Solidão, respondeu a outra...
Adivinhava-se uma bátega de chuva a qualquer instante que talvez diminuisse o calor sufocante que se fazia sentir. Na berma, diversas crianças brincavam sob o olhar atento dos pais que preguiçavam na areia, usufruindo daquele final de tarde de Domingo.
Errou sem destino pelas margens, deixando para trás os risos e as brincadeiras que não faziam parte do seu mundo. Descalça, deixou que os seixos redondos lhe pisassem a planta dos pés até que, cansada, se sentou na beira da água e fechou os olhos, ouvindo aqui e ali os peixes a saltar no rio.
Não a sentiu aproximar, pelo que abriu os olhos em sobressalto quando ela se sentou ao seu lado.
Mantiveram o silêncio, as palavras eram desnecessárias. Olharam o horizonte lado a lado como se de duas amigas se tratassem, apesar de desconhecidas até então. A noite aproximava-se a passos largos e, no entanto, nenhuma fez tenção de partir. Estranhamente e sem se moverem, estavam cada vez mais perto uma da outra até que, aos poucos, se foram tornando só uma. Se por algum acaso alguém passasse naquele momento, veria apenas uma mulher sentada na margem de um rio.
Quando finalmente a escuridão tomou conta do horizonte e a chuva começou a cair, uma delas perguntou:
-Como te chamas?
-Solidão, respondeu a outra...
5 Comentários:
Belo testo.
Que posso eu dizer se os meus olhos não falam!
Transmitem emoções, a essa beleza inconfundível
que as palavras me transmitem
Aqui estou eu para te dar o meu apoio e solidariedade
Soberbo... continua…
Meu blog:
http://www.sonhadoremfulltime.blogspot.com/
OLá, Ana.
Cheguei agora ao teu espaço. Voltarei. Com tempo. Porque só com tempo se sente o calor, as cores e os aromas das palavras.
Olá Ana!
Muito obrigado pela visita.
O espaço dos sonhos estará sempre aberto
Muito bonito texto, lindíssima escolha de fotografia.
Mas fica-se triste.
Muito bonito... como, de resto, já nos habituaste. Beijinhos :)
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