outubro 15, 2004

Labirintos

É muito mau quando uma folha em branco nos intimida. Normalmente convida a que nos estendamos para onde a caneta nos leva, muitas vezes numa viagem introspectiva que nos obriga a refectir e a clarificar ideias.

O que acontece é que por vezes as ideias estão de tal maneiras emaranhadas e confusas que não se conseguem dissociar de forma a que sejam transpostas para o papel de forma clara.

Há que pegar entrar numa ponta do labirinto ideológico e, lentamente, fazer com que frases comecem a soltar-se , lineares, escorreitas como caminhos percorridos e reconhecidos familiarmente.

Mas aí, pode acontecer uma coisa: não gostarmos das ideias que se soltam; não gostarmos dos caminhos que já percorremos. Não porque não tenhamos consciência delas anteriormente mas sim porque ao vê-las assim, sozinhas, abarcamos toda a sua dimensão de forma mais consciente e sentimo-nos incomodados. E lá voltamos a atirar a ideia para dentro da labirinto em que se transformou a nossa mente.

A folha volta a ficar em branco.Mas, lá no fundo, se espreitarmos bem, as ideias vão-se cruzando em jogos de sedução , reproduzindo-se velozmente e.... criando novas encruzilhadas. Não são é visíveis a todos os olhares.

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