outubro 20, 2004

Naquele dia

Olharam-se nos olhos, revelando no olhar a saudade que sentiam um do outro. As mãos dele procuraram as dela e puxaram-na para o seu peito, num abraço apertado de cumplicidades adiadas. E ficaram assim largos minutos enquanto os outros, atónitos, entreolhavam-se à procura de uma explicação. Que não tiveram. Porque há emoções que não se partilham...
Subiram as escadas abraçados e entraram no quarto dela. Beijaram-se longamente. Naquele dia, pelos menos naquele dia, não olhariam para o relógio que, implacável, os privava da companhia um do outro. Tinham vencido distâncias geográficas e estavam ali, juntos, um só corpo.


O futuro não contava, naquele momento. Viveriam o presente com a intensidade de quem não sabe o amanhã, mas com a certeza de que o que sentiam era tão forte que já não podia ser escondido. Ou adiado.


E a porta fechou-se, silenciosamente, testemunha de um amor que bem podia ser eterno.

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