Mano a mano
Sabes, mano, isto tem sido difícil. Nos primeiros dias parecia que tinhas ido fazer uma viagem grande. Mas agora, com o passar do tempo, percebi que nunca mais te vou ver. Ainda não passou um mês e as saudades já tão tantas, tantas...
A Mummy continua a chorar todos os dias. Está muito magra, ela. Eu, por cobardia e falta de tempo, mal tenho parado lá em casa. Ela espalhou meia dúzia de fotografias tuas por lá, e faz-me impressão olhar para elas. ( Sim, tu também ficavas nalgumas fotografias, apesar de fotógrafo oficial da família). Tenho aqui uma, num envelope.É aquela que aparecia nas tuas crónicas, no jornal. A moldura já está comprada. Falta-me a coragem para a expôr. Mas vou espreitá-la, de vez em quando. Desculpa não ter ido ainda ao sítio onde estás, mas sabes o que penso acerca disso. Mas um dia destes passo lá, para termos uma conversa mano a mano.
Hoje foi um dia muito mau. Andei o dia todo a pensar em ti, com as lágrimas a espreitar no canto dos olhos. Começo a esquecer-me da tua voz, sabes, mano? E não tenho coragem ainda de ir ver os filmes antigos. Quando cheguei a casa, chorei. Não tinha chorado desde o dia do teu funeral e hoje veio tudo cá para fora. Chorei no banho, a água lavou-me as lágrimas mas não me levou as saudades.
Os teu pequenitos estão bem. Continuam a brincar e a rir como se nada se tivesse passado. Curiosamente, o João é quem mais fala em ti, apesar de mais pequenito. É tão parecido contigo, quando tinhas a idade dele! Sabes aquela fotografia que tenho de nós os dois aqui na estante, em que estamos no cimo do muro da casa dos avós? Olho para ela e vejo o Joãozito... A maneira de rir, as patifarias que me desesperavam, o ar de gozo quando as faz,em tudo é igual a ti. E ainda bem que o é. Da Terezinha não falo. Sabes melhor do que eu como ela está. O vosso bebé está bem, pela ecografia. O nome que escolheram vai-se manter, acho.
Vamos seguindo as nossas vidas, cada um de nós reagindo à sua maneira. E eu hoje tinha mesmo que falar contigo. Fazes-me falta.
Pronto, manito.
Até outro dia, querido. Até sempre.
A Mummy continua a chorar todos os dias. Está muito magra, ela. Eu, por cobardia e falta de tempo, mal tenho parado lá em casa. Ela espalhou meia dúzia de fotografias tuas por lá, e faz-me impressão olhar para elas. ( Sim, tu também ficavas nalgumas fotografias, apesar de fotógrafo oficial da família). Tenho aqui uma, num envelope.É aquela que aparecia nas tuas crónicas, no jornal. A moldura já está comprada. Falta-me a coragem para a expôr. Mas vou espreitá-la, de vez em quando. Desculpa não ter ido ainda ao sítio onde estás, mas sabes o que penso acerca disso. Mas um dia destes passo lá, para termos uma conversa mano a mano.
Hoje foi um dia muito mau. Andei o dia todo a pensar em ti, com as lágrimas a espreitar no canto dos olhos. Começo a esquecer-me da tua voz, sabes, mano? E não tenho coragem ainda de ir ver os filmes antigos. Quando cheguei a casa, chorei. Não tinha chorado desde o dia do teu funeral e hoje veio tudo cá para fora. Chorei no banho, a água lavou-me as lágrimas mas não me levou as saudades.
Os teu pequenitos estão bem. Continuam a brincar e a rir como se nada se tivesse passado. Curiosamente, o João é quem mais fala em ti, apesar de mais pequenito. É tão parecido contigo, quando tinhas a idade dele! Sabes aquela fotografia que tenho de nós os dois aqui na estante, em que estamos no cimo do muro da casa dos avós? Olho para ela e vejo o Joãozito... A maneira de rir, as patifarias que me desesperavam, o ar de gozo quando as faz,em tudo é igual a ti. E ainda bem que o é. Da Terezinha não falo. Sabes melhor do que eu como ela está. O vosso bebé está bem, pela ecografia. O nome que escolheram vai-se manter, acho.
Vamos seguindo as nossas vidas, cada um de nós reagindo à sua maneira. E eu hoje tinha mesmo que falar contigo. Fazes-me falta.
Pronto, manito.
Até outro dia, querido. Até sempre.
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