março 30, 2005

Depois não digam que eu não avisei

A cama ainda estava revolta, da noite anterior. Lençóis e edredon misturavam-se numa amálgama com os pijamas despidos à pressa. Os dois corpos nús, entrelaçados, dormiam o sono cansado de um amor feito de forma ávida , de quem não se vê mas se deseja durante alguns dias.

Ele acorda primeiro. O cheiro a sexo que paira no quarto invade-lhe as narinas e fá-lo sorrir enquanto olha para ela.O cabelo negro, comprido, cobre na quase totalidade a almofada,deixando-lhe, no entanto, o rosto a descoberto. Destapa-a devagarinho. Dorme de barriga para cima, o peito a descoberto subindo e descendo em respiração compassada, uma perna cruzada por cima das dele tapa-lhe o monte de Vénus.
Toca-lhe nos mamilos muito levemente com a ponta dos dedos, deixando-os entumecidos.
Ela suspira, mexe-se ligeiramente e encosta-se mais a ele, numa oferta inconsciente. O contacto daquele corpo quente aumenta-lhe o desejo e descola-se dela, devagarinho, para logo lhe começar a beijar o corpo; lentamente, para não a acordar, vai roçando os lábios nos ombros, no colo, passando levemente com a língua de vez em quando. Beija-lhe os mamilos, o que a faz gemer baixinho iniciando um movimento ondulante que a percorre de alto a baixo. Ele vai descendo lentamente, abrindo-lhe as pernas com as mãos e ela acorda aos poucos, estando já perfeitamente desperta quando a boca dele começa a explorar o seu sexo.
Os dedos dela entram nos cabelos dele em suaves carícias, cada vez mais rápidas e intensas à medida que se aproxima uma explosão de prazer. E outra. E outra ainda, que a deixa exausta.

_Deita-te,murmura ela...
Ele sorri e brinca com ela,deitando-se de barriga para baixo. Mas ela não desiste e deita-se em cima dele, colada, os mamilos a roçarem nas costas e a língua, ávida, a percorrer o pescoço e a nuca. Ele vira-se rapidamente,o desejo a crescer cada vez mais e ela abocanha-o , brinca, mordisca, lambe, até o sentir louco de desejo. Sai da cama, foge dele. Mostra-se, pavoneia-se à sua frente, mas não o deixa tocá-la.
Ele perde a cabeça, agarra-a e dobra-a pela cintura penetrando-a violentamente por trás e puxando-lhe os cabelos. Ela segura-lhe as nádegas e marca o ritmo, cada vez mais rápido, até soltarem os dois ao mesmo tempo um grito de prazer, ele penetrando-a cada vez mais fundo e ela pedindo mais. Ele explodiu dentro dela, inundando-a, ao mesmo tempo que ela se contraía ritmicamente num orgasmo violento.
Deitaram-se naquela posição, suados, ele em cima das costas dela, beijando-lhe a face de lado e acariciando-lhe o cabelo.

_Bela maneira de começar o dia, disse ele, piscando-lhe o olho.


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