janeiro 23, 2006


Percorre o caminho com os pés descalços. As gotas do orvalho da manhã molham-lhe os dedos enquanto sente a erva fresca debaixo de si.
O silêncio que reina é interrompido apenas pelos seus passos a restolhar, sincopados, por entre ramos secos.
Pára.
Não se ouve um som sequer.
Respira fundo e deita-se no solo, olhando o céu azul entrecortado pelo verde das árvores. Aos poucos, o sol vai nascendo e a luz modifica as cores da natureza.
Respira fundo e ri enquanto rebola na erva. Sente o cheiro da terra molhada, tão próxima de si e tão sólida que lhe dá uma segurança nunca antes sentida.
Levanta-se a contragosto, desagrada-lhe quebrar aquela harmonia.
Leva na mão um punhado de terra e ervas …

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