fevereiro 21, 2006


Escapo-me da tua mão como grãos de areia mínimos e infinitos.
Sou impossível de reter, sou igual a milhões e no entanto única.
Passo na tua pele depressa demais para que me sintas, me coles, me agarres.
Misturo-me com os meus iguais, camada de areia anónima onde te espraias em busca de mim.
Não me procures em vão, sou a infinitésima parte de um todo que só por inteiro aprecias. Nunca me darias valor só por mim, não terias olhos para as particularidades que me tornam especial.
Por isso parto com o mar e digo-te um Adeus que não ouves, enquanto te embalas nas ondas e sonhas que um dia, talvez, me terás outra vez entre as tuas mãos.
Mas eu sou mutante; posso ser a brisa que te sussura ao ouvido, o fogo que te aquece, o cheiro indefinido que ao passar por entre a multidão.
Porque estou aqui sempre... tu é que não tiveste nunca a capacidade de me veres.

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