abril 19, 2006

Vento


Sopra-me nos ouvidos e mexe comigo de forma assustadora... espreita por entre frinchas e portas mal fechadas, sacudindo tudo por onde passa, sacudindo-me por dentro em espasmos de medo.
Assobia, assobia sempre. Nada fica estático enquanto ele percorre os espaços grandes, os pequenos e diminutos, invadindo recantos proibidos e fazendo com que nada fique no devido lugar.
Pára... por favor, pára!
Deixa-me recolocar tudo em ordem, não me devasses a intimidade, há coisas que são para ficar fechadas para sempre.
Fecho à pressa portas e janelas, vedo tudo e tento descansar...

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