janeiro 20, 2007

E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes

encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se envolam tantos anos.

David Mourão-Ferreira

4 Comentários:

Blogger AnaP disse...

O problema do tempo é que apesar de passar sempre ao mesmo ritmo, é sempre relativo para nós. Um beijo grande!

8:28 da tarde  
Blogger Daniel Aladiah disse...

... e os dias duram anos, até que chega o momento desejado e é em tudo diferente do imaginado.
Um beijo
Daniel

9:26 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Dos meus eleitos, de David... dos sonetos será o mesmo eleito... juntamente com o « Presidio ».

Uma boa semana, Ana.

1:16 da tarde  
Blogger Ana disse...

ana, a relatividade do tempo tem vantagens, por vezes ;)

daniel, será mesmo tudo diferente?

São sempre fortes as palavras dele, fallen. Boa semana.

1:41 da tarde  

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