outubro 31, 2004



Acordou naquele preciso momento em que o dia desponta e a Natureza, cúmplice do momento, se remete ao silêncio. O vento pára e os pássaros esperam para começar o chilreio. Até os insectos interrompem a sua actividade, como que num ritual de homenagem ao novo dia que começa. Só a chuva caía, miudinha, num gotejar repousante nos beirais da velha casa.

Abriu os olhos, devagarinho, mas ficou imóvel com medo de o acordar. Sorriu enquanto o observava, a respiração compassada a fazer subir e descer o tronco nú a intervalos regulares. O braço dele aninhava-a num abraço que fazia com que a cabeça dela se encostasse no seu ombro. Ela tornou a fechar os olhos e enroscou-se nele ainda mais, a sua perna cruzou as dele. Com o movimento ele acordou, ainda ensonado, olhou-a e sorriu. A sua mão procurou a dela e entrelaçaram os dedos:
_ Princesa..., murmurou ele.

E adormeceram de novo porque, quando se comunga assim, o tempo pára e é-se totalmente livre.

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