1 de Setembro de 1985.
Entro na clínica pela porta da frente, de bata nova no braço.
A recepcionista, sorridente, cumprimenta-me:
_Bom dia, Terapeuta. Então, pronta para começar?
_ Claro, respondo com ar confiante.
Ar confiante por fora e a tremer por dentro. Era o meu primeiro dia de trabalho, o Curso acabado exactamente um mês antes e sentia que um novo mundo se abria para mim. Estava nervosa e soube então que as palavras de uma das minhas monitoras de estágio estavam certas: "O pior que nos podem fazer quando acabamos o Curso é porem-nos um doente à frente. Podemos ter tratado dezenas de casos parecidos durante os estágios, mas estar ali, com a inteira responsabilidade da melhoria ou cura daquela pessoa, é completamente diferente. E nunca mais nos esquecemos do nosso primeiro doente."
Pois não. Foi o sr. Justino, um homem bem disposto, com um AVC ligeiro que recuperou rapidamente.
1 de Setembro de 2005.
Recomeço daqui a poucas horas, depois de um mês de férias, o trabalho a tempo inteiro tendo recusado por motivos estrictamente pessoais o convite para um cargo de Direcção feito há dois dias atrás. Triste por não poder fazer mais e melhor pelos meus " meninos especiais", mas outros valores se levantam.
Nestes 20 anos, centenas de " srs. Justinos" me passaram pelas mãos, uns com maior outros com menor sucesso. Muita coisa mudou desde então, desde as tecnologias às metolodogias de intervenção. Uma coisa ficou igual: o empenho em dar a qualquer doente o máximo de mim, onde quer que esteja.
Porque gosto muito do que faço.
Entro na clínica pela porta da frente, de bata nova no braço.
A recepcionista, sorridente, cumprimenta-me:
_Bom dia, Terapeuta. Então, pronta para começar?
_ Claro, respondo com ar confiante.
Ar confiante por fora e a tremer por dentro. Era o meu primeiro dia de trabalho, o Curso acabado exactamente um mês antes e sentia que um novo mundo se abria para mim. Estava nervosa e soube então que as palavras de uma das minhas monitoras de estágio estavam certas: "O pior que nos podem fazer quando acabamos o Curso é porem-nos um doente à frente. Podemos ter tratado dezenas de casos parecidos durante os estágios, mas estar ali, com a inteira responsabilidade da melhoria ou cura daquela pessoa, é completamente diferente. E nunca mais nos esquecemos do nosso primeiro doente."
Pois não. Foi o sr. Justino, um homem bem disposto, com um AVC ligeiro que recuperou rapidamente.
1 de Setembro de 2005.
Recomeço daqui a poucas horas, depois de um mês de férias, o trabalho a tempo inteiro tendo recusado por motivos estrictamente pessoais o convite para um cargo de Direcção feito há dois dias atrás. Triste por não poder fazer mais e melhor pelos meus " meninos especiais", mas outros valores se levantam.
Nestes 20 anos, centenas de " srs. Justinos" me passaram pelas mãos, uns com maior outros com menor sucesso. Muita coisa mudou desde então, desde as tecnologias às metolodogias de intervenção. Uma coisa ficou igual: o empenho em dar a qualquer doente o máximo de mim, onde quer que esteja.
Porque gosto muito do que faço.
1 Comentários:
Srª. Drª. Ana,
Desculpa o comentário, mas entre 1995 e 2005, só passaram 10 anos. Ai!... Essa matemática...
Bom, e agora a sério: passei cá, vindo do Blogueios, e gostei muito. Parabéns, Ana. Espero vir cá mais vezes.
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