Entro num quarto carregado de memórias felizes.
Ainda se ouvem, lá ao longe os risos e gargalhadas trocados quando, entre brincadeiras, se adiava a hora de dormir pela vontade de partilhar presenças e emoções.
Olho em volta. A mobília, intacta, acumula pó de meses e as teias de aranha começam a invadir o espaço. Sinto um aperto no peito e corro a abrir as janelas de par em par para deixar que o sol me aqueça e o ar fresco e limpo substitua a atmosfera bafienta. Passo os dedos levemente pelos objectos e sinto-os vibrar debaixo dos meus dedos, contadores de histórias inacabadas que se perdem no fundo de mim.
Percebo então que o passado é isso mesmo: algo que já passou e nunca volta, por muito que de deseje. Tento perceber o que falhou, onde errei. Sinto que viveria tudo da mesma forma se fosse possível, falha talvez não tenha sido minha; há um lugar e um tempo para tudo e talvez tenha estado no sítio certo à hora errada.
Recuo devagar e saio do quarto. Encerro essa porta para sempre porque sinto que não pertenço mais ali. As janelas, essas, ficam abertas, para que as memórias voem e se libertem. Quem ocupar de novo aquele espaço necessita dele sem restos meus.
Ainda se ouvem, lá ao longe os risos e gargalhadas trocados quando, entre brincadeiras, se adiava a hora de dormir pela vontade de partilhar presenças e emoções.
Olho em volta. A mobília, intacta, acumula pó de meses e as teias de aranha começam a invadir o espaço. Sinto um aperto no peito e corro a abrir as janelas de par em par para deixar que o sol me aqueça e o ar fresco e limpo substitua a atmosfera bafienta. Passo os dedos levemente pelos objectos e sinto-os vibrar debaixo dos meus dedos, contadores de histórias inacabadas que se perdem no fundo de mim.
Percebo então que o passado é isso mesmo: algo que já passou e nunca volta, por muito que de deseje. Tento perceber o que falhou, onde errei. Sinto que viveria tudo da mesma forma se fosse possível, falha talvez não tenha sido minha; há um lugar e um tempo para tudo e talvez tenha estado no sítio certo à hora errada.
Recuo devagar e saio do quarto. Encerro essa porta para sempre porque sinto que não pertenço mais ali. As janelas, essas, ficam abertas, para que as memórias voem e se libertem. Quem ocupar de novo aquele espaço necessita dele sem restos meus.
2 Comentários:
O quarto já não é o mesmo.
Mas o mesmo quarto continua a existir em ti, e é muito mais que um quarto.
Essa a riqueza da memória, sem a qual não somos.
Os quartos mudam, assim como muda a vida :-)
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