abril 11, 2006

Abrem-se-me as entranhas num fogo que não controlo e que me queima de dentro para fora rasgando sem piedade o que de mim resta.
Meto os dedos nas feridas e abro-as ainda mais, esmiuço-as e deixo que a dor me invada num acto que raia o sadismo, não foram as lágrimas que em vão tentam apagar as chamas.
Rodeia-me fumo negro, tóxico.
Aos poucos, o ar que respirava deixa de existir e inalo o dióxido de carbono que me irá adormecer, aos poucos.
Deixo-me ir nas asas de um sono só de ida.
Uma estranha luz invade-me o peito.
Não preciso respirar para viver.
Não preciso de sentir.

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