Turva-se-lhe a imagem ao longe , talvez pelo calor que se faz sentir. Mancha no horizonte ou figura que se aproxima, cerra os olhos e não quer ver. O cansaço é mais forte que tudo e deixa-se cair no chão que escalda, levantando uma poeira de meses de seca.
Tosse, sente-se sufocar...
As forças esvaem-se num suspiro que sente que será o último, rumo à escuridão eterna.
De repente, grossas gotas de água tocam-lhe a pele e os lábios ressequidos entreabrem-se em busca do elixir precioso.
Abre os olhos: nuvens cerradas começam a oferecer-lhe toda a água que acumulam, numa dança de trovões e relâmpagos coreografada ao último detalhe. Soergue-se no chão, percebe misturados o pó e a pele que a água se encarrega de lavar.
Escorre lama quando se eleva de vez, para perceber que criou raízes no solo. Não consegue sair dali, melhor: não quer sair dali. Deixa que as raízes se cruzem, dançando umas com as outras.
A figura que tinha avistado ao longe estava agora mais perto, estranhamente sem se ter movido, uma árvore de sombra refrescante e acolhedora que lhe estende os ramos num convite a um abraço.
E assim ficaram, ramos e braços entrelaçados, a árvore sem saber que era ele e ela sem perceber que era árvore.
Tosse, sente-se sufocar...
As forças esvaem-se num suspiro que sente que será o último, rumo à escuridão eterna.
De repente, grossas gotas de água tocam-lhe a pele e os lábios ressequidos entreabrem-se em busca do elixir precioso.
Abre os olhos: nuvens cerradas começam a oferecer-lhe toda a água que acumulam, numa dança de trovões e relâmpagos coreografada ao último detalhe. Soergue-se no chão, percebe misturados o pó e a pele que a água se encarrega de lavar.
Escorre lama quando se eleva de vez, para perceber que criou raízes no solo. Não consegue sair dali, melhor: não quer sair dali. Deixa que as raízes se cruzem, dançando umas com as outras.
A figura que tinha avistado ao longe estava agora mais perto, estranhamente sem se ter movido, uma árvore de sombra refrescante e acolhedora que lhe estende os ramos num convite a um abraço.
E assim ficaram, ramos e braços entrelaçados, a árvore sem saber que era ele e ela sem perceber que era árvore.
8 Comentários:
Acho que há um pequeno engano na última frase. Não sei, ora vê lá...
Foi bom ler-te.
;-)*
Que encanto Ana, que forma sublime de dizer a vida, fascinante forma de a sentir.
Um doce beijo+
Tal como a árvore também gosto de sentir grossas gotas de água na face... Parece uma sensação libertadora...
Beijos,
Miguel
As árvores ficam sempre de pé.
A Natureza é suprema.
Lindo. Gosto das tuas palavras.
Continua :)
Hummm, Madalena, lê lá bem... não me parece :)*
É verdade, tonspastel...
Obrigada, Alquimista... beijos pa tu *
Quem não gosta, Miguel? Ainda hoje o senti :-)
A ideia e essa, anamoris ;)
Obrigada, utzi :)
Cheguei aqui por acaso mas gostei muito das palavras que encontrei. Sabe bem descobrir que este mar digital não é só Poesia..
Bjs
De facto, sou mais uma mulher de prosa , Guilherme :-)*
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