Abriu os olhos.
Estava num quarto que não era o seu, numa cama que não era a sua. Estranho, tinha-se deitado na noite anterior, como sempre, na cama que lhe albergava os sonhos há anos.
Pestanejou. A luz branca, demasiado clara, feria-lhe os olhos. Aos poucos, foi-se habituando à luminosidade e percebeu que não estava sozinha; rostos ansiosos, a adivinhar um sorriso, aproximavam-se de si.
Sentiu-se incomodada. Não conhecia nenhuma daquelas pessoas, apesar de alguns rostos lhe serem vagamente familiares.
Com lágrimas a bailarem nos olhos, um jovem olhou-a nos olhos e disse-lhe: Mãe?
Sentiu um choque!
Aos poucos, foi olhando de novo em redor. Reconheceu de imediato os filhos; mais velhos, já não eram os adolescentes a quem tinha dado um beijo de boa noite e aconchegado a roupa, no dia anterior. O indivíduo careca e com uma barriga incipiente era o marido, tal como ela o imaginava dali a uns ano. À si frente. Aos outros não reconheceu, percebeu serem pessoal hospitalar, Percebeu-o também quando viu a cama e o quarto com outros olhos.
Encheu-se de suores frios, não percebia o que se passava. A filha chorava copiosamente de mão dada com ela. Mãe, mãe...!
Explicaram-lhe que tinha entrado em coma há sete anos atrás, inexplicavelmente.
Assim como não tinham explicação para o facto de, agora, ter saído dele.
Teve uma sensação de desmaio, como se o cérebro não conseguise absorver a imensidade do que lhe diziam.
Sete anos!?
Tinha perdido tanta coisa, tudo...
Tentou sair da cama, levantar-se e, aos poucos, conseguiu.
Ao canto do quarto, um espelho colocado discretamente devolveu-lhe a imagem que procurava: a sua.
E percebeu que, mesmo que não se viva conscientemente, os anos deixam-nos, inexoravelmente, a sua marca.
Estava num quarto que não era o seu, numa cama que não era a sua. Estranho, tinha-se deitado na noite anterior, como sempre, na cama que lhe albergava os sonhos há anos.
Pestanejou. A luz branca, demasiado clara, feria-lhe os olhos. Aos poucos, foi-se habituando à luminosidade e percebeu que não estava sozinha; rostos ansiosos, a adivinhar um sorriso, aproximavam-se de si.
Sentiu-se incomodada. Não conhecia nenhuma daquelas pessoas, apesar de alguns rostos lhe serem vagamente familiares.
Com lágrimas a bailarem nos olhos, um jovem olhou-a nos olhos e disse-lhe: Mãe?
Sentiu um choque!
Aos poucos, foi olhando de novo em redor. Reconheceu de imediato os filhos; mais velhos, já não eram os adolescentes a quem tinha dado um beijo de boa noite e aconchegado a roupa, no dia anterior. O indivíduo careca e com uma barriga incipiente era o marido, tal como ela o imaginava dali a uns ano. À si frente. Aos outros não reconheceu, percebeu serem pessoal hospitalar, Percebeu-o também quando viu a cama e o quarto com outros olhos.
Encheu-se de suores frios, não percebia o que se passava. A filha chorava copiosamente de mão dada com ela. Mãe, mãe...!
Explicaram-lhe que tinha entrado em coma há sete anos atrás, inexplicavelmente.
Assim como não tinham explicação para o facto de, agora, ter saído dele.
Teve uma sensação de desmaio, como se o cérebro não conseguise absorver a imensidade do que lhe diziam.
Sete anos!?
Tinha perdido tanta coisa, tudo...
Tentou sair da cama, levantar-se e, aos poucos, conseguiu.
Ao canto do quarto, um espelho colocado discretamente devolveu-lhe a imagem que procurava: a sua.
E percebeu que, mesmo que não se viva conscientemente, os anos deixam-nos, inexoravelmente, a sua marca.
9 Comentários:
As carecas, as rugas e as barrigas salientes são marcas do tempo.
Damos por isso, especialmente quando observamos as fotos dos tempos de escola.
Mas permanecemos nós mesmos, no essencial, mias ricos, com o que a vida nos deu ou tirou.
Por isso, vale a pena.
Digo eu, não sei!
Ass. Dialógico
A vida e o tempo não para ...!
Há que aproveitar todos os seus momentos correndo o risco de perder toda a sua riqueza ...!
Um Bom Feriado!
Bjks da Matilde
Independentemente de todas as considerações que se podem tecer sobre o tempo, as carecas, as barrigas e as rugas, o que de facto me intriga é como te foste lembrar desta história.
Vá-se lá adivinhar...
Sabes, sabes, Dialógico :-)
Tens razão, Miguel...
Nem eu sei, Diafragma! eh eh he
ummmmm....
texto denso...
vida...
espelhos... imagem
besitos
Mas onde é q tu foste desencatar esta historia?!
Mas sim, o tempo deixa em nós as suas marcas... exteriores e interiores. bj
Em 7 anos não perdeu tudo. Se os seus lá estavam não se tinha perdido nada...apenas tempo...coisa sem importancia...
Quantos não perdem anos de vida sem estarem em coma?
Os anos não perdoam. Temos que viver enquanto podemos e não apenas vivermos como se estivessemos em coma.
Concordo com a (l)oca, ela só perdeu o tempo, o passar dos relógios e do calendário. Muitos à que perdem muito mais da vida enquanto vêem esses mesmos relógios a andar.
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