outubro 11, 2005

Cercas



Há uma cerca que nos separa. Tu de um lado e eu do outro, espreitamos, vigiamos, avaliamos. Tu não passas para o meu lado da cerca e eu não transponho a barreira que nos separa.
Não me lembro sequer como esta cerca apareceu. Um dia acordei e constatei que estava lá. Agora, à distância, apercebo-me das pequenas tábuas que se iam amontoando às quais, erradamente, não dei a menor importância. E, de repente, cá está ela. Separados, o teu mundo e o meu. Tentamos às vezes derrubá-la, mas as farpas que se espetam impedem-nos de continuar. Ficamos sempre magoados, tu e eu.
Lembro-me quando só havia um terreno amplo, totalmente aberto e claro, em que corríamos, jogávamos à apanhada e nos sentíamos bem.
Estamos encurralados, cada um do seu lado. E sozinhos.
Talvez um dia uma brecha se abra nas velhas tábuas de madeira e possamos dar as mãos...

3 Comentários:

Blogger Ana disse...

"Acredita que há um dia na vida de nós todos em que os sonhos serão realidade e todas as cercas da nossa Vida cairão, não tábua a tábua, mas de uma só vez."
Acreditas mesmo no que dizes?

10:04 da tarde  
Blogger Luisa Hingá disse...

Eui acredito. Quando for aqui para o outro lado da Rua-para a quinta das tabuletas acabam-se as cercas...

11:31 da tarde  
Blogger Ana disse...

Rezingões! eh eh he

12:00 da manhã  

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