Deixo que o sol do Inverno me toque a pele numa tentativa infrutífera de me aquecer. Passeio por entre pedaços de gelo ( objectos ou pessoas?), sorriso gelado nos lábios inertes. Quero a Primavera, verdes luxuriantes e superfícies quentes. Contacto que me aqueça o corpo e a alma, porque o Inverno entorpece-nos os sentidos.
Porque não me passa a meretriz da constipação descomunal que tenho há quase 15 dias e porque ando farta de tossir e de me assoar e de ter as meninges banhadas em expectoração e porque me apetece sair e ir ao cinema e nesta méda de terra não passa nada de jeito e porque o frio voltou e eu quero o verão e porque o maldito do exame que tenho na 2ª feira me anda a stressar e porque filhos adolescentes dão cabo da cabeça a qualquer mãe por muita teoria que tenha e porque ter que me convencer que fui casada uma data de anos com um mentecapto é tramado e porque isto de fazer trabalhos em grupo com putos de 20 e poucos anos às vezes dá vontade de lhes dar uns açoites e porque às vezes sentimos a vida parada sem solução à vista.... FECUNDE_SE!
Era pesado e robusto. Pesava-lhe no colo frágil, obrigando-a a sentar. Aos poucos, receosa, começou a desfolhá-lo. Página a página, folha a folha, os dedos ágeis foram ganhando confiança enquanto as suas memórias por eles passavam, vivas. Um sorriso aberto aqui, uma pequena lágrima que teima em rolar ali, desfolhou a sua vida momento a momento. As sensações voltaram fortes, vivas, como se nunca tivessem estado adormecidas dentro de si e, quando virou a última página, uma amálgama de sentimentos ainda lhe tomava conta do peito. Voltou então a folhear o livro, desta vez no sentido inverso e mais rapidamente e, há medida que o fazia, todas as emoções voltavam então para dentro dele. Fechou-o e acariciou-lhe a capa. Há até quem diga que lhe poisou os lábios, num leve beijo de despedida. Depositou-o cuidadosamente no seu recanto secreto. Só depois, então, pegou num livro novo, totalmente em branco, pronto para ser preenchido...
Estudo, mais estudo, frequências, gripe, tudo está contra mim. E uma enorme falta de inspiração para escrever o que quer que seja, também. Não é, de todo, o fim do blog. Talvez, apenas, uma nova forma de estar aqui. Ou uma nova forma de estar na vida. Beijos a quem é de beijos.
E agora aquela foto ali do lado está enorme e não a consigo diminuir. Só arrelias!