fevereiro 27, 2005

Até tinha sobre o que escrever.
Mas não me apetece.

fevereiro 23, 2005

Reflexão

Porque é que das 7 às 8 da noite só há homens no ginásio?
É que assim a concentração é muito mais difícil e fico a transpirar mais depressa do que é suposto...

Help!!!!

_ Miguel, então a nota do teste de Físico-Química?
_ Olha, ficas já a saber que este foi o pior dia da minha vida: tirei um 47% no teste e acabei tudo com a minha namorada. ( Que eu nem sabia que ele tinha). É um dia pra esquecer!

Acho que vou mudar o nome deste blog para " Socorro, tenho um filho adolescente".

fevereiro 21, 2005

Ai,que lindo!!

Fiquei fascinada com o casaquinho cor de merda com que o nosso futuro PM nos brindou no discurso de vitória!!
(Assim que achar uma foto ponho aqui. Imperdível!)
Com a preciosa ajuda do
Bordas:


fevereiro 20, 2005

Dominguices e Amizades

Não gosto de domingos,nunca gostei. Pensar que se avizinha mais uma semana de trabalho deixa-me em absoluto estado de neura. Hoje, com a agravante de uma noite mal dormida ( para não dizer em claro) e a respectiva enxaqueca por insistir em ficar na cama a tentar conciliar o sono, para além dospensamentos negros que a noite traz.
O dia não augurava ser nada bom.
Lá fui votar e quando cheguei a casa descobri que tinha perdido um brinco. Logo "aquele" brinco! Ok, isto continuava a correr bem.
Fui arejar com a pequenita e os sobrinhos para o parque infantil, apesar do vento gélido que, curiosamente, me aliviou a dor de cabeça. Sentei-me num banco, ao sol, enquanto eles riam e brincavam no escorrega e nos baloiços.

O telemóvel tocou. Era a Susana. A Susana é daquelas amigas de sempre, que por circunstâncias da vida deixamos de ver regularmente, mas em quem pensamos todos os dias. Com quem sabemos que podemos contar. No ombro de quem choramos as lágrimas mais sentidas.
_ Olha, vim cá para votar e só me vou embora amanhã. Estás em casa?
_ Não, mas quando for passo aí para te ir buscar.

Assim o fiz. Eram 5 da tarde. Sentámo-nos na mesa da cozinha, a beber chá e a comer torradas, com a braseira ligada. E conversámos. Como não o fazíamos há anos, talvez desde o tempo da faculdade. Rimos, chorámos, trocámos segredos, fizemos confidências que só se fazem a pessoas em quem confiamos plenamente. Fomos de novo adolescentes de liceu, voltámos à infância que vivemos juntas. Recordámos algumas das muitas memórias que temos em comum.
Levei-a a casa da mãe às oito horas com o jantar por fazer, os miúdos a reclamar com fome e nós a pensarmos que poderíamos ter ficado ali o resto da noite que os assuntos não se esgotavam.
É bom ter amigas assim; se estivermos certas, ficam felizes por nós. Se errarmos, são as primeiras a dar-nos a mão e um abraço apertado onde sabemos que podemos chorar. É este o sentido da Amizade.

Obrigada, Susana.

fevereiro 19, 2005

Já??

Hoje comprei, pela primeira vez, espuma de barbear e uma Gilette ( ó mãe, tem que ser Mach3) para o meu filho fazer o bigode.
Acabo de entrar oficialmente em depressão.

fevereiro 15, 2005

Mano a mano

Sabes, mano, isto tem sido difícil. Nos primeiros dias parecia que tinhas ido fazer uma viagem grande. Mas agora, com o passar do tempo, percebi que nunca mais te vou ver. Ainda não passou um mês e as saudades já tão tantas, tantas...

A Mummy continua a chorar todos os dias. Está muito magra, ela. Eu, por cobardia e falta de tempo, mal tenho parado lá em casa. Ela espalhou meia dúzia de fotografias tuas por lá, e faz-me impressão olhar para elas. ( Sim, tu também ficavas nalgumas fotografias, apesar de fotógrafo oficial da família). Tenho aqui uma, num envelope.É aquela que aparecia nas tuas crónicas, no jornal. A moldura já está comprada. Falta-me a coragem para a expôr. Mas vou espreitá-la, de vez em quando. Desculpa não ter ido ainda ao sítio onde estás, mas sabes o que penso acerca disso. Mas um dia destes passo lá, para termos uma conversa mano a mano.

Hoje foi um dia muito mau. Andei o dia todo a pensar em ti, com as lágrimas a espreitar no canto dos olhos. Começo a esquecer-me da tua voz, sabes, mano? E não tenho coragem ainda de ir ver os filmes antigos. Quando cheguei a casa, chorei. Não tinha chorado desde o dia do teu funeral e hoje veio tudo cá para fora. Chorei no banho, a água lavou-me as lágrimas mas não me levou as saudades.

Os teu pequenitos estão bem. Continuam a brincar e a rir como se nada se tivesse passado. Curiosamente, o João é quem mais fala em ti, apesar de mais pequenito. É tão parecido contigo, quando tinhas a idade dele! Sabes aquela fotografia que tenho de nós os dois aqui na estante, em que estamos no cimo do muro da casa dos avós? Olho para ela e vejo o Joãozito... A maneira de rir, as patifarias que me desesperavam, o ar de gozo quando as faz,em tudo é igual a ti. E ainda bem que o é. Da Terezinha não falo. Sabes melhor do que eu como ela está. O vosso bebé está bem, pela ecografia. O nome que escolheram vai-se manter, acho.

Vamos seguindo as nossas vidas, cada um de nós reagindo à sua maneira. E eu hoje tinha mesmo que falar contigo. Fazes-me falta.
Pronto, manito.

Até outro dia, querido. Até sempre.

fevereiro 14, 2005

Happy Valentine


Gosto de te ver aproximar, devagarinho. Os teus olhos começam a sorrir primeiro que os teus lábios. Depois beijas-me e eu sinto o teu gosto e o teu cheiro em simultâneo, enquanto me envolves num abraço apertado. Fecho os olhos e desejo que o tempo páre ali, naquele momento; ele passa a correr, quando estou contigo.

Gosto de me sentir em casa quando estou em tua casa, partilhar intimidades de quem não tem segredos um com o outro, fazer planos para as próximas horas, sair e entrar contigo como se morassemos juntos, sentar-me ao teu lado enquanto conduzes e dar-te a mão, na rua.

Gosto de acordar e ver-te ainda a dormir, com o teu corpo abraçado no meu. Brinco, afasto-me de ti e tu, imediatamente vens à minha procura, sempre a dormir e abraças-me de novo para que eu não fuja. Como se eu pensasse em fugir...

Gosto quando entras em mim e nos tornamos um só, olhos nos olhos, corpos colados em jogos de amor que só nós conhecemos porque são só nossos, dedos entrelaçados em misturas de cheiros e sabores que apetecem cada vez mais.

Gosto muito, muito de ti.

fevereiro 10, 2005

Carlos e Diana


Parece que vão casar,finalmente.
Mais do que um caso de revistas cor de rosa, há neste romance coisas que me fazem pensar.
Esta história foi toda vivida ao contrário. As pessoas que se amam deviam ter o direito de ficar juntas, com todo o respeito e admiração que Diana possa merecer.
Mas Camila amou durante anos um homem com quem sabia que, apenas em muito remota hipótese, algum dia poderia casar.
Esperou.
Serviu de gozo, escárnio e escape de raivas a um país inteiro. A um mundo inteiro. Foi ridicularizada pela imprensa em moldes impensáveis. Porque era a mais feia.
Continuou a esperar. A amar.
Diana morre.
Camila é tratada quase como se tivesse tido a culpa.
E espera, pacientemente,até hoje.
Ainda há histórias com um final feliz...


fevereiro 09, 2005

Um dia em casa

Pois é, hoje fiquei em casa.
Mas esqueci-me de um pormenor importantíssimo. A minha empregada está cá também.
E é uma tirana, porque passa a vida a correr comigo, entre janelas abertas, tapetes na rua, chão para lavar e pó para limpar.
Tanto que eu gosto do meu sossego e sei que vou passar o dia, de portátil debaixo do braço, a ser escorraçada de divisão em divisão.
Não me bastam as duas pestes ( leia-se rebentos) a moerem-me o juízo " Ó mãe, posso ir ao pc?" "Ó mãe, quando é que tu sais daí?", ainda mais aquela desgraçada a moer-me o juízo!

Nunca mais são 6 horas!!!

fevereiro 08, 2005



As palavras deviam reduzir-se à sua própria insignificância. Ser apenas aquilo para que foram criadas, um amontoado de letras destinado a transmitir uma mensagem objectiva, para logo de seguida serem esquecidas. Quando pensamos demasiado nelas damos-lhe conotações erradas, ou hiperbolizamos o sentido com que foram ditas.
E isso às vezes magoa. A quem as ouve e a quem as diz, inocente na forma como elas são interpretadas.
Ficam como uma farpa pequenina, a moer, a lembrar que está lá.
Ficamos a magicar naquilo horas a fio, a tentar minimizar o que ouvimos e a magoarmo-nos por ter sido dito. Questionamos valores que, provavelmente, não merecem ser postos em causa.
Seria tão mais fácil se a linguagem fosse escorreita, sem dúbios sentidos ou intenções. Mas não é . E temos que aprender a defendermo-nos das artimanhas linguísticas. Bolas para isto!

fevereiro 07, 2005


É meu. Todo meu! Meu até ao fim!!
O que escrever quando nos sentimos em branco por dentro, mas temos necessidade de deixar os dedos percorrerem o teclado, na busca daquilo que realmente sentimos?
Quando temos a sensaçao que os dias passam,uns iguais aos outros,cinzentos, num desperdício de um tempo que se considera precioso?
De nada resolve pensar, reflectir. Há alturas em que é preciso apenas agir. Mas há sempre a incerteza de se estar no momento certo. Ou de se estar a tomar a decisão certa.
E assim se segue em frente sem se sair do lugar.
E, da próxima vez que me sentir em branco, talvez seja melhor ficar calada.

fevereiro 06, 2005

Carnavais e coisas que tais

Pronto, confesso, detesto o Carnaval.
E por causa disto já me disseram um dia destes: " Não gosta do Natal, não gosta do Carnaval, mas que mulher tão cinzenta." Ora isto não é bem assim.
Não gosto é da imposição do calendário que me obriga a certos estados de espírito; de, no Natal, ter que correr desenfreadamente à procura de presentes. Eu gosto de oferecer coisas, mas quando me apetece. Também não gosto de ter que me vestir com fardamentas ridículas só porque é Carnaval. Disso, note-se, não gosto o ano inteiro. Nunca gostei. Tenho uma fotografia , vestida de Branca de Neve, em que deveria ter perto de 6 anos. Estou num grupo de amiguinhos, todos com grandes sorrisos. Eu sou a única que estou de trombil esticado, contrariada até mais não. Deve ter sido a única vez que me mascarei.

E depois, acho ridículo num país como o nosso, meia dúzia de moçoilas semi despidas a tiritar de frio, sambando pelas ruas sem o mínimo de sex appeal e acompanhadas de carros alegóricos idiotas . Porque é a isto que se resume o Carnaval em Portugal.

Mas, note-se, não condeno quem gosta. Que se divirtam e façam a festa da melhor maneira. Não queiram é que toda a gente pense da mesma maneira. E que não levem a mal se eu passar por certos disfarces e me rir de puro gozo. Afinal, quem anda à chuva molha-se.

fevereiro 03, 2005

Mea culpa, mea culpa

Não vi o debate.
Sim, eu sei que , como potencial votante, deveria ter visto.
Mas, depois de me sentir um vegetal trucidado durante toda a semana e não me sentir hoje nem um bocadinho melhor, recusei o meu direito cívico de me esclarecer para saber, em boa consciência, em que partido votar.
Mais: não acredito sequer que o debate tenha esclarecido alguém, dada a qualidade dos intervenientes. É que nunca gostei de lavagem de roupa suja em público.
Assim, cedi a televisão à pequenada e fui ouvir Pat Metheny para o quarto. Saí de lá muito mais bem disposta, seguramente, do que se tivesse engolido os decibéis de disparates proferidos pelos tão amigos que nós éramos.
Acho que dia 20 acrescento o nome do Pat no boletim de voto e ponho lá a cruzinha...

fevereiro 01, 2005

Estou com uma gripe de tal ordem que parece que fui atropelada por um camião. Eu e uns milhares de portugueses. Fazendo parte de um grupo de risco, como profissional de saúde, deveria ter-me vacinado. Mas nunca o fiz, porque muito raramente me constipo ou engripo. Mas desta vez calhou-me pela porta e nem consegui sair de casa hoje. Nem vou sair amanhã, que isto não passa assim de um dia para o outro. Queria mimos, festinhas,palavrinhas doces, chazinho quente e colinho. Acabei arrastando-me todo o dia entre o sofá e a cama, muda e calada, que uma faringite associada impede-me de pronunciar mais que duas palavras seguidas.

Mas este post não é para falar de gripes. É que, faz hoje precisamente nove anos, senti-me na mesma: exausta, frágil. Mas por motivos diferentes. Exactamente às 12 h e 17 min, fui mãe pela segunda vez. Pude então pegar na Inês ao colo e beijá-la com todo o Amor que que tinha para lhe dar. E nunca mais a minha vida foi a mesma, como também não tinha sido depois do nascimento do irmão, cinco anos antes.
Ser Mãe transforma-nos. Amadurece-nos. Adoça-nos. Obriga-nos a deixar um pedaço de nós quando estamos longe deles, a sentimo-nos incompletos sem eles. Porque fazem parte de nós.
Ser Mãe ensina-nos a ser altruístas, a dar esperando apenas um sorriso em troca. A gostarmos de alguém mais do que de nós mesmos.

Um beijo para ti, querida filha. Amo-te muito.