Uma semana passa, de facto, num ápice.
Mas, quando se aproveita, o tempo transforma-se em dias e dias de lazer, de
dolce far niente em quentes areias e crepúsculos vermelhos.
O mar, esse eterno companheiro e confidente,estava igual a si próprio. Acolhedor.
Foram momentos de puro descanso, de reflexão, de sonhos conscientes. Se é que algum sonho é consciente.
Revi amigos queridos, com os quais apenas nestas alturas posso estar lado a lado, em momentos cúmplices.
Dormi quando tinha sono, comi quando tinha fome. Furtei-me a todos os horários imagináveis, rotineiros; porque de rotinas vivemos o ano todo.
Fiz e desfiz castelos de areia, etéreos, passageiros... como todas as construções de areia... como todos os sonhos. Porque sonhei, é claro. E, sonho após sonho, voltei a prometer a mim própria:
_ Um dia vais ter uma casa na praia, mesmo ao pé do mar. Abres a janela e sentes-lhe o cheiro, ouves-lhe o ritmo das ondas, como o de dois corpos unidos num acto de amor. E vais poder olhá-lo sempre que te apetecer.
Quero uma casa pequenina, aconchegante, numa das praias da Costa Oeste, onde o mar se zanga com a gente. Para poder ir lá todos os fins de semana e fazer as pazes com ele.